Evento promovido pelo SindiTabaco e Ministério do Trabalho reuniu 450 pessoas entre produtores, orientadores das empresas integradoras, sindicatos e representantes da cadeia produtiva e de órgãos de fiscalização.
Fevereiro 2025 – O Município de Irati, na região sudeste do Paraná, foi sede do Seminário sobre Trabalho Decente na Produção de Tabaco, nesta quarta-feira, 5 de fevereiro. Essa foi a terceira edição de uma série de eventos que vêm sendo promovidos pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas associadas, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O seminário no Paraná contou com o apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Paraná (FAEP) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep). Com o objetivo de orientar e informar, o seminário teve a presença de 450 pessoas de diversas regiões paranaenses produtoras de tabaco.
O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, lembrou a importância do seminário para buscar soluções e evitar problemas no setor do tabaco. “Somos uma importante cadeia produtiva para o Sul do país e por isso atuamos firmemente na questão do trabalho decente na produção”, contou. Ao falar sobre a necessidade cada vez maior de conscientização e atendimento à legislação, ele disse que a demanda dos clientes internacionais é por produtos produzidos com sustentabilidade. “Nosso desafio é trabalharmos alinhados para que toda a mão de obra na cultura do tabaco esteja de acordo com as regras, legislações e padrões globais”, ressaltou. Sobre a atuação do MTE, o executivo disse que não é apenas para fiscalização e punição, mas está também alinhada na construção para que o setor possa lidar com as situações e evitá-las.
O Ministério do Trabalho e Emprego esteve representado no seminário por diversos especialistas. A superindendente regional no Paraná, Regina Perpetua Cruz, sugeriu a criação de um selo de trabalho sustentável para o tabaco brasileiro. “Lá fora, querem saber se aqui não tem trabalho escravo. Por isso, a importância do diálogo para estarmos juntos pela conscientização”, disse. O auditor fiscal e coordenador do Projeto Rural no Paraná, Eduardo Reiner, destacou que a melhor coisa que pode existir para o auditor é ir fiscalizar e não encontrar nada. Ele apontou a importância de os órgãos públicos promoverem a oferta de atividades extras para que os jovens fiquem longe do trabalho infantil.
Programa Trabalho SustentávelO chefe da Divisão de Assuntos Internacionais da Inspenção do Trabalho, auditor fiscal Guilherme Schuck Candemil, apresentou o ‘Programa Trabalho Sustentável’, do MTE, que visa promover o trabalho decente em cadeias produtivas, a partir de uma estratégia inovadora, pautada no diálogo social. “Temos momentos prévios à fiscalização, especialmente em períodos de entressafra, com possibilidades de treinamentos e capacitações para produtores, trabalhadores e técnicos agrícolas”, explicou. Ele apresentou também canais pelos quais o produtor pode obter informações.E o chefe da Seção de Planejamento e Avaliação da Superintendência Regional no Rio Grande do Sul do MTE, Rudy Allan Silva da Silva, provocou o público para a reflexão do que pode ser feito antes de a fiscalização ter que impor punições. Ao mostrar imagens de fiscalização, ele lembrou que são 3 milhões de brasileiros afastados na Previdência Social, invalidados a partir do exercício de trabalho. Ao falar da necessidade de estratégias envolvendo pessoas, entidades e governo para a prevenção de irregularidades, Rudy Allan lembrou que o setor do tabaco tem tido reuniões técnicas com o MTE visando evitar que problemas ocorram. “É uma luta de todos para que essas situações não sejam vinculadas ao setor”, acrescentou.
Entidades unidas pela prevençãoDurante o Seminário, o presidente da Afubra, Marcílio Drescher, disse que a entidade quer o produtor com saúde, segurança e equilíbrio econômico. “Os produtores devem acatar as sugestões, não apenas para o cumprimento da legislação, mas para que nossa produção seja sustentável”, falou. O assessor Técnico da FAEP, Bruno Vizioli, acrescentou que o evento é um incentivo para que os produtores procurem apoio, o que pode ser oferecido através dos sindicatos. E o assessor Jurídico da Fetaep, Adilson Korchak, levantou uma preocupação específica referente à contratação de mão de obra na agricultura familiar, que é a do teto de 120 dias para não haver enquadramento no regime de previdência social. Por sua vez, o prefeito de Irati, Emiliano Augusto Rocha Gomes, contou que 59% do PIB do município vem da agricultura, sendo 17% do tabaco, reforçando o empenho de todas as partes envolvidas na cadeia produtiva do tabaco para que o trabalho seja sustentável no meio rural.
CNA – Presente ao evento, o coordenador Trabalhista da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Hugueney do Amaral Mello, disse que o Seminário foi uma oportunidade de tirar dúvidas que não só reduzem as autuações como também promovem as condições de trabalho. “Se pode entender melhor os problemas, buscar soluções e estreitar os laços para ter melhores condições de trabalho para todos”, falou.
CARTILHAS – Durante o evento foram distribuídas as cartilhas ‘Trabalho sustentável’, elaborada pelo MTE; e ‘Contratação de mão de obra na agricultura familiar’, produzida elas entidades parceiras. Os materiais serão entregues a todos os produtores de tabaco do Estado do Paraná por técnicos agrícolas e equipes de campo das empresas associadas ao SindiTabaco.
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