No Sul do Brasil, 490 municípios produzem tabaco e o produto é o principal pilar da economia de grande parte deles. “Se a safra vai bem, o comércio da cidade também” é uma das frases mais ouvidas e verdadeiras quando o assunto é qualidade de vida e movimentação comercial em grande parte desses municípios. Os testemunhos vêm dos produtores, que obtêm no tabaco a maior renda por hectare, e de lideranças locais e regionais, que percebem a pujança quando as lavouras de tabaco dão produtos de qualidade e alinhados com as expectativas dos compradores internacionais.
Entre as manifestações, uma das que tem tido presença nos meios de comunicação é a do presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (AmproTabaco), Vinícius Pegoraro, prefeito de Canguçu (RS), município que é o maior produtor de tabaco do Brasil, onde 4.805 pequenos produtores rurais produziram 21.064 toneladas na safra 2022/2023. Conforme ele, o Brasil mantém a liderança do setor de exportação pela qualidade do produto e também pelo comprometimento ambiental e com as questões trabalhistas. “Nos adaptamos, ano a ano, a todas as exigências. E o que esperamos do governo é que não restrinja a produção e nem o livre comércio”, diz.
Porém, a proximidade da 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que irá de 5 a 10 de fevereiro, no Panamá, poderá impactar negativamente na atividade e na economia dos municípios, isso porque os temas debatidos acabam influenciando na produção. Para Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), é lamentável que nem mesmo a representação dos produtores possa participar das COPs. A falta de transparência e de diálogo entre as partes tornam os eventos unilaterais e ditatoriais”, comenta.
RANKING DA PRODUÇÃO
Além de Canguçu, com sua produção de mais de 21 mil toneladas, outro município que se destaca no ranking da produção é São João do Triunfo (PR), que ocupa o segundo lugar no Brasil, com 20.058 toneladas produzidas por 2.064 famílias. Outro grande produtor é Venâncio Aires (RS), que está na terceira posição, com 17.779 toneladas produzidas, por 3.530 famílias. Os levantamentos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) mostram que o quarto lugar na safra 2022/2023 ficou com São Lourenço do Sul (RS), com 16.374 toneladas de tabaco cultivado e curado nas propriedades de 3.678 agricultores.
O quinto município produtor é Itaiópolis (SC), com 15.566,3 toneladas e 2.712 famílias produtoras. Em sexto lugar está Rio Azul (PR), com15.225 toneladas produzidas por 1.873 famílias. A sétima posição é de Canoinhas (SC), que teve 13.516 toneladas, produzidas por 2.528 produtores. Em oitavo lugar está Santa Terezinha (SC), com 12.290 toneladas de tabaco produzidas em 2.098 pequenas propriedades. A nona posição é de Ipiranga (PR), que teve 12.053 toneladas cultivadas por 1.671 famílias. E em décimo lugar está Candelária (RS), com 11.462 toneladas produzidas por 2.777 produtores.
A produção sul-brasileira de tabaco da safra 2022/2023 foi de 605.703 toneladas. A variedade Virgínia chegou a 551.586 toneladas; o Burley, 46.469; e o Galpão Comum, 7.649 toneladas. Para conferir a lista dos 15 municípios que mais produzem tabaco e também ver diversos outros dados sobre o setor, CLIQUE AQUI.