O ideal de escola do campo é aquela que dialoga com a realidade dos alunos e de suas famílias. Infelizmente, a prática geral não segue essa regra. Mas vem de Canguçu (RS) um bom exemplo. O município tem escolas de turno integral Educação do Campo (Educcan) que buscam adaptar os conteúdos curriculares ao meio de vida dos seus estudantes.
E foi em Canguçu que o Instituto Crescer Legal implementou, em 2020, a turma piloto do Programa de Boas Práticas de Empreendedorismo para a Educação, voltado ao fomento do pensamento empreendedor. Com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, 14 profissionais da área da educação participaram da formação que teve o compartilhamento das ferramentas metodológicas testadas e aprovadas pela equipe pedagógica do Programa de Aprendizagem Profissional Rural.
Agora em 2021, após o sucesso do piloto, está em andamento a segunda turma. No dia 31 de março, 15 professores de 11 escolas do campo iniciaram as atividades que visam oportunizar aos participantes a ampliação dos conhecimentos para atuação empreendedora na educação. Como a pandemia persiste, a segunda edição também começou de forma virtual.
Segundo a gerente do Instituto Crescer Legal, Nádia Solf, devem ocorrer seis encontros com assessoria remota entre um e outro, além de visitas do educador às escolas para acompanhar as atividades vivenciais no segundo semestre. “Assim como em 2020, está prevista uma mostra de boas práticas ao final do curso”, conta. Conduzida pelo educador social Adriano Emmel, a formação irá compartilhar caminhos para que os professores desenvolvam atividades ainda mais criativas, inovadoras e instigantes.
Em 2020 – Na edição anterior, houve discussões sobre autoconhecimento, criatividade, comunicação, protagonismo, empatia, criação de vínculos, tecnologia e inovação, pesquisa e mobilização. O piloto foi de julho a dezembro e o encerramento ocorreu com uma mostra de trabalhos reunindo professores, diretores e alunos das escolas envolvidas e teve relatos das percepções sobre as práticas desenvolvidas.