Produtores seguem escolhendo o tabaco

A pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/Ufrgs) revelou que 91,6% dos produtores têm satisfação em trabalhar na atividade agrícola, 87,4% escolhem o tabaco por ser a cultura mais lucrativa e 84% dizem se sentir bem por plantar tabaco. São dados que tornam ainda mais fundamentada a comemoração do Dia do Produtor de Tabaco, neste 28 de outubro de 2024. A data é comemorada desde 2013, quando as Assembleias Legislativas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná definiram o dia do reconhecimento à relevância do trabalho dos homens e mulheres que atuam na produção de tabaco. 

Outros fatos foram apontados como diferenciais pelos produtores entrevistados na pesquisa. Por exemplo, 71,2% afirmaram que a renda total da família permite levar a vida com facilidade e 90,7% disseram que os filhos têm orgulho da atividade dos pais agricultores. Ao questionamento sobre o motivo de optarem pelo cultivo de tabaco, além da menção ao fato de ser lucrativo, 83,1% ressaltaram a garantia de venda da produção, 73,6% mencionaram a segurança da tabela de preços negociada, 72,1% falaram do seguro agrícola e 82,3% apontaram a orientação técnica como fator importante.

A compilação dos dados das entrevistas com produtores de tabaco realizadas no segundo semestre de 2023 deu origem ao Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil (segunda edição, o primeiro foi feito em 2016), onde estão diversos índices que retratam quem é o produtor do tabaco brasileiro. Algumas das evidências são de que, quem produz tabaco, tem rendimento superior à média dos trabalhadores brasileiros: renda per capita de R$ 3.540,75 entre os produtores, enquanto ao média nacional era de R$ 1.625,00 (IBGE, 2022).

Como vivem os produtores

Pirâmide socioeconômica – Os dados mostram que os produtores de tabaco estão enquadrados, principalmente, nos estratos “A”, “B1” e “B2”, sendo que o percentual de produtores de tabaco no estrato “A” é de 6,7%, o que equivale a mais do que o dobro da média brasileira, que é de 2,9% da população. No estrato “B1” estão 6,1% dos produtores de tabaco e o índice nacional é de 5,1%. E no estrato “B2” estão 67,2% dos produtores de tabaco, percentual que corresponde a mais de quatro vezes o que se verifica em termos nacionais, com 16,7% da população brasileira. O melhor padrão social dos produtores de tabaco é percebido também na base da pirâmide, pois apenas 19,6% estão nos estratos “C1”, “C2”, “C3” e “D”, enquanto no Brasil isso é a realidade de quase 76% da população.

Quem participou da pesquisa – Foram entrevistados 1.145 produtores em 37 municípios, entre 30 de junho e 20 de julho de 2023. A amostra tem margem de erro de 2,9%.CONFIRA MAIS DETALHES DA PESQUISA