Boa renda mantém o produtor na propriedade diversificada
Mesmo com diversificação cada vez maior, o tabaco continua sendo a cultura que mais gera renda por hectare. E é por causa do lucro obtido que os produtores plantam tabaco, pois, mesmo em pequenas lavouras, têm renda para proporcionar boa qualidade de vida às suas famílias. Pesquisa realizada em 2016 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (CEPA/UFRGS), revelou o bom padrão socioeconômico dos produtores de tabaco, com 80,4% enquadrados nas classes A e B (média geral brasileira nessas classes não chega a 22%). O estudo mostrou também que os produtores de tabaco tinham renda per capita mensal de R$ 1.926,73, enquanto a média brasileira era de R$ 1.113,00.
Uma das características predominantes dos produtores de tabaco é a produção em pequenas áreas de terras. As propriedades têm, em média, 14,2 hectares, sendo que destes, apenas 19% são dedicados à produção de tabaco. Porém, o tabaco é responsável por 46,2% da renda do produtor. Inclusive, é da renda do tabaco que saem os recursos para a implantação de atividades de diversificação. Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), da área restante das propriedades, 24% é coberta por florestas e 24% por pastagens, 18% é destinada ao cultivo de milho, 8% de soja e 7% de culturas de alimentos para subsistência.
Quanto aos tamanhos das propriedades, os levantamentos da Afubra mostram que 36% (53.658) dos produtores de tabaco têm propriedades que vão de um a 10 hectares e 25% (36.824) têm de 11 a 20 hectares. Aqueles que possuem médias e grandes propriedades são minoria, pois 9% (13.955) dos produtores têm de 21 a 30 hectares, 3% (5.246) tem de 31 a 50 hectares e 1% (1.263) têm mais de 50 hectares. Outro dado é que 26% (38.114) não possui terras próprias e trabalha em regime de arrendamento ou são meeiros.
DIVERSIFICAÇÃO – Há décadas, as indústrias de beneficiamento de tabaco incentivam os produtores a diversificar suas atividades para que não dependam exclusivamente de uma cultura. Por meio de atividades paralelas, há redução nos custos com a alimentação da família e de animais criados na propriedade e aumentam a renda com a comercialização de excedentes de produção.