Boa parte da produção dos empreendedores rurais que cultivam tabaco é exportada para a China. Porém, neste ano de pandemia, foram necessários ajustes no processo de pré-inspeção, o que ocorreu sem a presença dos técnicos da Administração Geral das Alfândegas da República da China (GACC). Para isso, houve um novo acordo no qual o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ficou encarregado da coleta das amostras do produto processado e envio à Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) para testes de comprovação da fitossanidade do tabaco brasileiro antes do embarque.
Para marcar o encerramento das atividades de pré-inspeção ocorreu uma videoconferência entre representantes do SindiTabaco e empresas exportadoras, do MAPA e da Unisc. Ao abrir a reunião, o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, disse que a realização do processo em um ano atípico e cheio de desafios já foi uma grande vitória. “A China é um dos maiores importadores do tabaco brasileiro, ajudando a fortalecer cada vez mais toda a cadeia produtiva no País. Ficamos satisfeitos que em 2020 houve um acréscimo no volume comprado, ou seja, mais tabaco foi comprado comparativamente que o ano passado e esperamos que isso seja uma curva ascendente”, disse.
Roque Danieli, da Superintendência do MAPA no RS, apresentou o resultado das análises realizadas com 58 amostras de tabaco processados por sete empresas. “Todas cumpriram os requisitos sanitários e não foram detectadas pragas quarentenárias constantes no protocolo”, informou. Sobre a presença de agrotóxicos, ele disse que as análises mostraram que os produtores de tabaco não estão utilizando nenhum produto fora dos registrados e autorizados pelo MAPA. “É o setor que menos tem tido problemas no assunto de defensivos”, ressaltou.
A responsável técnica do laboratório da Central Analítica da Unisc, professora Adriana Dupont, explicou que foram 40 dias de trabalho avaliando o tabaco processado e destacou que não foram encontradas estruturas viáveis de pragas quarentenárias. Por sua vez, Izabela Mendes Carvalho, chefe da divisão de programas especiais do Ministério da Agricultura em Brasília, lembrou que o trabalho conjunto viabilizou a exportação do tabaco brasileiro para a China, cumprindo com todas as exigências sanitárias do mercado chinês. E Xinghua Zhou, presidente da China Tabaco Internacional do Brasil (CTIB), disse que todo o processo que cabe aos órgãos brasileiros foi concluído, ficando dependendo apenas dos órgãos chineses a aprovação para embarcar o tabaco.
COMÉRCIO COM A CHINA – A China é um importante parceiro do agronegócio brasileiro e isso também acontece no setor do tabaco. Em 2017 figurou como segundo maior país comprador do tabaco brasileiro, gerando US$ 276 milhões em divisas, o que representou 13% do total embarcado no ano. Em 2018, devido a questões logísticas e à decisão do cliente de postergar embarques para o primeiro semestre de 2019, o país ficou na terceira colocação, com US$ 165 milhões embarcados. E em 2019, voltou à segunda colocação, com US$ 383 milhões.