No Instituto Crescer Legal, os egressos têm vez

O Programa de Aprendizagem Profissional Rural do Crescer Legal já conta com 596 egressos de 11 municípios gaúchos. Muitos deles seguem integrados às ações do Instituto, que busca ofertar novas possibilidades de desenvolvimento pessoal e econômico e incentivar o protagonismo dos jovens do campo. Algumas oportunidades são oferecidas pelo próprio Instituto e outras ocorrem através de empresas e instituições parceiras. Uma delas é o programa Nós por Elas – A voz feminina do campo, oferecido em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) para capacitação de meninas adolescentes em comunicação. Outra é o Programa Jovem Empreendedor Rural, da empresa JTI, que oferece prêmios em dinheiro para implementar projetos de diversificação nas propriedades rurais.

E há ainda a participação de egressos em cursos de liderança e aperfeiçoamento, eventos e feiras e, não raro, são convidados para encontros de trocas de experiências com os novos aprendizes. O acompanhamento dos egressos é feito pela coordenadora de Desenvolvimento de Projetos do Instituto, Graziele Pinton, por meio de uma atualização cadastral permanente para identificar possibilidade de apoio aos jovens. “Buscamos a manutenção do vínculo para acompanharmos as escolhas dos jovens e o aproveitamento das oportunidades que eles têm posteriormente ao Programa de Aprendizagem”, conta.

Um dos egressos que permanece ligado ao Instituto é Allan Adriano Aretz, 21 anos, de Vera Cruz, que foi jovem aprendiz entre 2016 e 2017. Apaixonado por teatro, ele se inscreveu para uma oficina de teatro oferecida pelo Instituto e ainda em 2017 passou a integrar o espetáculo teatral ‘Rádio Fascinação’, do Ciclo de Conscientização sobre Saúde e Segurança do Produtor e Proteção da Criança e do Adolescente e tem feito parte das apresentações dos seminários em dezenas de municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Recentemente, de julho a agosto de 2022, ele percorreu mais seis municípios junto da Companhia Espaço Camarim e era o ator que representava um jovem rural.

Mas aprimorar a desenvoltura como ator não é a única oportunidade aproveitada por Allan Aretz como egresso. Em 2021, ele se inscreveu através do Instituto Crescer Legal no Prêmio Jovem Empreendedor com um projeto sobre diversificação com hortaliças. Passou todas as etapas e foi premiado com R$ 4 mil para construir uma estufa na propriedade da família, onde atualmente são cultivados 1,2 mil pés de pepinos. “A estufa era meu projeto de final do curso de aprendizagem, mas eu tinha deixado meio de lado, até que o Instituto sugeriu que eu participasse do prêmio e esse apoio financeiro foi muito bom para colocarmos a ideia em prática”, conta.

Outra egressa que segue aproveitando oportunidades é Edilaine Scherer, 24 anos, que foi aprendiz em 2016, na turma de Candelária. Em 2017, ela participou do programa Nós por Elas e atribui a essa experiência a sua desenvoltura na comunicação. “O programa é muito bacana, com um conteúdo maravilhoso que trata do empoderamento feminino”, diz. Edilaine também fez parte da peça teatral do Ciclo de Conscientização nas últimas quatro edições presenciais, somando apresentações em 24 municípios nos três estados do Sul do Brasil.

MESTRE DE CERIMÔNIAS

Para a jovem santa-cruzense Camily Vitoria Ferreira, 17 anos, o curso de aprendizagem em 2020 e 2021 foi de aperfeiçoamento da comunicação e expressão. Ela aproveitou todas as oportunidades de adquirir habilidade de falar ao público e, no começo deste ano, foi convidada para ser mestre de cerimônia do ato de apresentação da turma do curso de gestão e empreendedorismo em Rio Pardo. “Pretendo sempre manter contato e me envolver nos eventos que for convidada”, ressalta. Participar daquele momento em que os aprendizes estavam iniciando uma nova jornada foi incrível, pois lembrar do momento em que eu comecei e de toda a evolução que eu tive dentro e fora do curso é sempre bom. E pensar que o Instituto vai mudar a vida desses jovens é prazeroso demais”, conta.