Exportações em alta

Enquanto outros produtos do agro puxaram para baixo as exportações gaúchas do primeiro semestre de 2024, o tabaco teve índice positivo de 7,65% em dólares.

No primeiro semestre de 2024, 195.261 toneladas de tabaco produzido pelos empreendedores do campo foram exportadas, gerando US$ 1.239.188,00 em divisas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/ComexStat). Na comparação com os embarques ocorridos de janeiro a junho de 2024, os índices são de – 8,82% em volume e de + 7,65% em dólares. Ou seja, um menor volume em toneladas saiu dos portos brasileiros, mas a geração de divisas foi maior.

No Rio Grande do Sul, estado brasileiro que mais produz e exporta tabaco, o montante das exportações do agro foi 10,8% menor do que no primeiro semestre do ano passado. Arroz, carne suína e cereais foram os principais produtos responsáveis pelo encolhimento dos índices das vendas externas. Já o desempenho do tabaco, somente no Estado gaúcho, foi superior a 8,15%. A expectativa é de que confirmará sua relevância nas exportações gaúchas em 2024, pois as projeções são de que o valor das divisas seja de 10% a 15% maior do que em 2023, quando o tabaco rendeu US$ 2,729 bilhões.

Em relação à importância na balança comercial do Rio Grande do Sul, Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco, explica que o setor certamente vai contribuir positivamente com o saldo da balança comercial gaúcha. “Neste ano, a representatividade do tabaco no total das exportações do Estado deve ser superior ao índice de 2023, quando o produto representou 11%”, avalia. O executivo lembra também que, como a safra de tabaco encerrou mais cedo neste ano, a catástrofe climática chegou quando a grande maioria dos produtores já havia vendido sua produção e recebido o pagamento. “Nesse sentido, o dinheiro da safra do tabaco foi a salvação para muitos, pois estavam com recursos e puderam suprir necessidades emergenciais de reorganização e reconstrução”, diz.

Na primeira parte do ano, China, Bélgica, Estados Unidos, Indonésia e Egito foram os países que mais compraram tabaco brasileiro. “Mesmo com as dificuldades da enchente, as empresas conseguiram levar seus produtos ao porto e embarcá-los”, conta Schünke. E a tendência é de que os números das exportações totais ao final do ano novamente sejam de menor volume em relação ao ano passado, porém com maior valor em divisas. Conforme o executivo, o Brasil é o maior exportador mundial de tabaco desde 1993, e tem embarcado, em média, mais de 500 mil toneladas anuais, gerando divisas de cerca de US$ 2 bilhões.