O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Fernando Schwanke, é o entrevistado do Anuário Brasileiro do Tabaco 2020. Na sua entrevista, que vai da página 10 até a 16 da publicação, ele responde questionamentos sobre a agricultura familiar em tempos de pandemia, o sistema de integração da cadeia produtiva do tabaco, a Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, os planos do Ministério para a agricultura familiar identificada com o tabaco, sucessão rural, contrabando e expectativas para o pós-pandemia.
Para Schwanke, a cadeia produtiva do tabaco é um exemplo de processo de sistema integrado. “Acho que isso talvez seja o que mais precisamos em outras cadeias produtivas, que não estão tão organizadas quanto essa. Mas esse não é um processo rápido. A cadeia produtiva do tabaco tem sua integração há 100 anos”, lembra. “Na nossa opinião, continua sendo o melhor modelo, tanto pela integração de empresas privadas quanto de cooperativas”, acrescenta. Conforme ele, o tabaco talvez seja um dos setores que consiga trabalhar muito fortemente independente de políticas públicas. “As ações de assistência técnica, de levar tecnologia, as ações de crédito, de comercialização, são realizadas através da integração”.
Sobre a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, Schwanke explica que o tema é da alçada do Ministério da Saúde, mas que, como isso interfere no setor primário, o MAPA tem posição muito clara de que se trata de uma produção lícita de um produto do setor primário brasileiro e que precisa ser respeitado. “Essa é a nossa posição, enfatizada em todos os fóruns, e o governo tem muita ciência disso, até porque o tabaco é um dos produtos que geram o superávit da balança comercial brasileira. Para nós, são muito claras a importância e a defesa que o Ministério da Agricultura faz desse setor”, explica.
A respeito do mercado ilegal, o secretário de Agricultura Familiar do MAPA, disse que as ações da Polícia Federal e do Ministério da Justiça, no fechamento das fronteiras e combate forte ao tráfico e ao contrabando, teve grande impacto e mostrou como é importante frear as ações de contrabando. “O governo federal fez sua parte nesse ano e deve continuar fazendo; é importante para as cadeias produtivas para que não haja esse baque, que é ilegal e que acaba afetando toda a produção primária, diminui a geração de empregos, de impostos, é menos gente no campo trabalhando”, diz.
Em relação ao futuro, Fernando Schwanke é otimista e enfatiza que a expectativa é extremamente favorável. “As avaliações do Ministério da Agricultura são de que a demanda por alimentos e por produtos do agro continuará crescendo em 2021, e isso vai impactar na produção agropecuária brasileira”, conta. “Isso é importante porque mantém aquecido esse setor, que já passou pela pandemia no momento talvez mais crítico dela, através de todos os protocolos e as ações que o próprio Ministério da Agricultura teve, para que não se deixasse o agro parar. E o agro realmente não parou”.
Vale apena conferir a íntegra da entrevista com Fernando Schwanke. Quem não tem a edição impressa do Anuário do Tabaco 2020, pode ler a versão digital aqui.