Neste sábado, 23 de outubro, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos completa 21 anos. A ação de caminhões percorrendo as localidades rurais das regiões produtoras de tabaco para a coleta dos recipientes dos produtos usados nas propriedades tem a marca do pioneirismo, pois dois anos antes de haver legislação sobre o tema, o setor já realizava o recebimento das embalagens vazias. Criado no ano 2000 como um projeto piloto de destinação adequada das embalagens, dia 23 de outubro houve a primeira ação no distrito de Rio Pardinho, interior de Santa Cruz do Sul (RS). Logo foram marcados novos locais e a cobertura se estendeu para todo o Rio Grande do Sul. Já em agosto de 2004 o programa foi iniciado em Santa Catarina.
Atualmente, 113 mil produtores de tabaco são atendidos pela coleta itinerante que percorre em torno de 1,8 mil pontos de recebimento no meio rural. São 10 roteiros que abrangem 395 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Em 21 anos, o Programa já possibilitou a coleta de 17,7 milhões de unidades e o envio das mesmas para o destino correto. Como as propriedades produtoras de tabaco são diversificadas, o programa também permite o recolhimento de embalagens utilizadas na produção de outras variedades agrícolas.
Ao evitar o descarte inadequado, a iniciativa contribui com a preservação do meio ambiente e proteção da saúde e segurança dos produtores e de suas famílias. Além disso, o programa possibilita um alto índice de reciclagem dos recipientes coletados, pois os produtores são orientados a fazerem a tríplice lavagem e perfurarem os recipientes. As embalagens recebidas pelo programa são encaminhadas para as centrais do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inPEV), gestora do Sistema Campo Limpo, programa de logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas.
Conforme o gerente de logística do inpEV, Mario Fujii, as embalagens recebidas pelas unidades do Sistema Campo Limpo passam, inicialmente, por uma etapa de classificação, com separação por tipo de material e entre as lavadas e não lavadas. “As embalagens plásticas corretamente lavadas são prensadas nas centrais de recebimento, transformadas em fardos e encaminhadas para reciclagem”, conta. “Elas podem ser transformadas em vários artefatos, como conduítes, dutos, drenos e conexões e tubos para esgoto, ou em novas embalagens e tampas de agroquímicos”, explica.
Pela excelência apresentada nos programas de recebimento e incentivo à reciclagem, o Brasil é líder mundial em destinação ambientalmente correta de embalagens plásticas de defensivos agrícolas, estando à frente de outros países com programas semelhantes, como França (que tem índice de reciclagem de 77%), Canadá (73%) e Estados Unidos (33%). “Do total recebido pelo Sistema Campo Limpo, 93% são reciclados e 7% incinerados”, diz Fujii. “Com esses índices tão positivos, o Brasil é referência mundial e exemplo para outros setores”, salienta. “E as embalagens não lavadas corretamente ou as impróprias para reciclagem, como as flexíveis, são encaminhadas para incineração em empresas parceiras do Sistema”, acrescenta.
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