Expoagro Afubra sedia fórum sobre a diversificação com produção florestal

22 . MAR . 2024 Releases

II Fórum Florestal Regional do Vale do Rio Pardo reuniu especialistas da Universidade Federal de Santa Maria e do SindiTabaco para debater os desafios da autossuficiência energética dos pequenos produtores, bem como a possibilidade para ganho de renda com a produção de florestas.

Março 2024 – Estabelecido para ser um ambiente de troca e de aproveitamento de oportunidades que potencializem as ações de diversificação, o II Fórum Florestal Regional do Vale do Rio Pardo foi realizado nesta sexta-feira, 22 de março, durante a programação da Expoagro AFubra 2024, em Rio Pardo (RS). Com o tema “Integrar, fortalecer e auxiliar no desenvolvimento da cadeia produtiva florestal”, o evento contou com a participação da assessora técnica do SindiTabaco, Fernanda Viana Bender.

Ela listou as principais ações realizadas pelo setor do tabaco em prol da preservação da mata nativa e da autossuficiência energética ao longo das últimas décadas, detalhando de modo especial o programa Ações pela Sustentabilidade Florestal na Cultura do Tabaco, realizado desde 2019, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

O programa tem como objetivo cultivar espécies florestais energéticas para atender à demanda dos produtores ao mesmo tempo em que preserva a mata nativa. Por meio de 22 unidades demonstrativas instaladas no Rio Grande do Sul, a equipe de pesquisa da UFSM, coordenada pelo professor-doutor Jorge Antônio de Farias, da UFSM, testa o manejo de espécies de rápido crescimento e os resultados são divulgados por meio de vídeos informativos que contribuem para maximizar os resultados. Os vídeos produzidos até o momento podem ser acessados em youtube.com.br/sinditabaco.

Segundo Fernanda Bender, do SindiTabaco, as indústrias estão avançando com o estudo da produção florestal. “Além dos produtores, os orientadores agrícolas das empresas associadas ao SindiTabaco também se beneficiam com os aprendizados do programa e estão aprimorando o conhecimento sobre o tema, seja por meio dos materiais de divulgação, seja por meio de visitas técnicas às nossas unidades demonstrativas. É claro que ainda temos alguns aprendizados a serem feitos nesta área e esse é o grande objetivo do programa. Precisamos criar a mentalidade de que a produção florestal é um negócio para o produtor de tabaco. Sem lenha, não há cura do tabaco. Mas para além da demanda que existe no setor, o produtor também pode se organizar para diversificar com a produção florestal, obtendo renda extra”, refletiu.

O professor Dr. Jorge Farias, coordenador do programa pela UFSM, contextualizou a demanda do setor madeireiro. Segundo ele, existem alguns gargalos significativos na introdução da agricultura familiar no mercado florestal. “Por se tratar de pequenas propriedades, a disponibilidade de área é um dos pontos que dificultam a produção florestal, assim como a logística necessária para o escoamento da produção. Ao mesmo tempo, vemos um setor extremamente preocupado com o fornecimento de lenha de origem legal e uma alta demanda pelos produtores de tabaco. O caminho passa pela criação de cooperativas ou de associações que possam articular esse mercado e o setor do tabaco pode ser protagonista neste processo. O componente florestal deve passar a ser parte da constituição da propriedade, como alternativa de renda”, afirmou o Dr. Farias.

Também participaram do fórum Rômulo Trevisan, engenheiro florestal e professor doutor da UFSM; e Vitorio Slompo, coordenador de Operações Florestais RS Dexco. Eles falaram, entre outros assuntos, sobre a eficiência energética de diferentes espécies e as práticas do mercado de madeira.

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