Tempo de recuperação

Iro Schünke, presidente do SindiTabaco

Em maio, ao celebrar o Dia da Indústria costumamos enaltecer a importância deste elo para a cadeia produtiva, os resultados alcançados e as expectativas futuras. Em 2024, no entanto, precisamos de contexto. O Rio Grande do Sul enfrenta a maior catástrofe climática e são muito os setores industriais que vão precisar de um fôlego extra para superar a cheia que alterou cursos de rios e de vidas.

Instaladas no Vale do Rio Pardo, região que foi fortemente impactada, nossas associadas não tiveram danos em suas instalações, mas uma série de trabalhadores tiveram suas casas e comunidades afetadas, além da sua própria rotina. Mais que estradas e pontes bloqueadas, acredito que todos nós vivemos em algum momento os efeitos da enchente. 

Enquanto algumas zonas urbanas, rurais e industriais continuam submersas, muitas são as ações de solidariedade. As indústrias como um todo têm atuado com a mesma expertise e princípios que norteiam a eficiência na produção e nas decisões no mundo dos negócios para dar corpo a iniciativas de enfrentamento à calamidade. 

Para além do importante e necessário apoio imediato aos seus colaboradores e à comunidade, as indústrias do setor do tabaco têm voltado a sua preocupação também aos produtores integrados. Nesse sentido, um levantamento está sendo realizado para dimensionar os danos causados nas propriedades rurais. O resultado deve ser conhecido nas próximas semanas e temos certeza de que várias famílias produtoras precisarão de um apoio especial para a superação. 

Com uma produção distribuída em toda a Região Sul do Brasil e, considerando que a safra 2024/25 ainda está em fase inicial, acreditamos que os resultados possam ficar dentro do projetado. Em relação à exportação, em 2023 embarcamos 544 mil toneladas e geramos US$ 2,63 bilhões em divisas. Segundo pesquisa realizada em março pela Deloitte, para 2024, há uma tendência de aumento de 10,1% a 15% no valor embarcado, mesmo com a estimativa de redução de -15% a -10,1% no volume. 

Aproveito esse espaço para uma saudação especial às nossas associadas que fazem, em todos os anos, sob todos os contextos, um grande trabalho para a economia gaúcha. Parabéns, Alliance One Brasil, ATC, BAT, Brasfumo, China Brasil Tabacos, CTA, JTI, OTC, Philip Morris Brasil, Premium Tabacos, ProfiGen, Tabacos Marasca, Universal Leaf e UTC. São essas empresas que selam o destino de milhares de brasileiros que vivem dignamente deste importante segmento do agronegócio. 

São elas que apoiam iniciativas que envolvem a conscientização sobre temas como combate ao trabalho infantil, preservação ambiental, colheita segura, manejo adequado de agrotóxicos e trabalho decente. E que impulsionam projetos de vida com o financiamento do Instituto Crescer Legal, entidade que foi construída para ser solução aos adolescentes do meio rural e que já soma, desde 2015, mais de mil jovens beneficiados.

Encerro minha mensagem com o trecho do hino Rio-Grandense, que fala muito do nosso passado, mas que nos desperta para o futuro: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”. Com a mesma resiliência demonstrada durante toda a história do nosso Estado, avançaremos para dias melhores. Sempre com fé e otimismo.