Ter diversidade de culturas rurais é importante especialmente nas pequenas propriedades, pois, além da produção de alimentos para suas famílias, os produtores dispõem de variadas fontes de renda. No setor do tabaco, a diversificação sempre foi incentivada e os resultados são visíveis, especialmente pela renda total auferida pelo produtores, que fica um terço acima da média dos trabalhadores brasileiros, segundo pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Por exemplo, o Programa Milho, Feijão e Pastagens – conduzido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) com apoio de entidades ligadas à agricultura e dos governos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná –, representou o incremento de R$ 779 milhões na renda dos produtores na última safrinha. A ação estimula o melhor aproveitamento dos recursos da propriedade, incentivando uma segunda safra com plantio de grãos e pastagens após a colheita do tabaco.
Conforme o levantamento realizado pelo Sindicato, nos três estados do Sul do Brasil, foram semeados 128.252 hectares de grãos logo após colhido o tabaco, o que resultou em renda bruta de R$ 122,3 milhões em feijão, R$ 545,5 milhões em milho e R$ 111 milhões em soja. Porém, mesmo volumosos, os números são inferiores aos da renda obtida pelos produtores na safrinha de 2021, quando o resultado havia sido de R$ 993 milhões de renda extra com a produção de grãos. Essa redução ocorreu porque o forte período de estiagem durante a safrinha de 2022 impactou diretamente na produtividade, principalmente no Rio Grande do Sul, que apresentou queda de R$ 368 milhões (em 2021) para R$ 344 milhões.
Para o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, mesmo com diminuição do rendimento em comparação ao ano anterior, a receita da segunda safra é importante para o produtor, mas não é o único aspecto que deve ser avaliado. “Há ainda outras vantagens como a redução dos custos de produção dos grãos, uma vez que ocorre o aproveitamento residual dos fertilizantes e pode, também, haver queda de custo na produção de proteína com o uso do milho no trato animal”, analisa o executivo.
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