Neste Dia do Produtor de Tabaco, devido à pandemia, não teremos o merecido grande evento como era realizado nos anos anteriores. Porém, nós do Blog Empreendedores do Campo, gostaríamos de cumprimentar cada um individualmente e desejamos que a celebração seja contínua, tendo sempre boas notícias sobre a pujança do setor com a consequente qualidade de vida aos produtores e suas famílias.
Um motivo para comemorar a data é que as estatísticas mostram uma realidade diferenciada para quem produz tabaco. Os 146.430 produtores da folha estão espalhados por 544 municípios do Sul do Brasil e recebem conjuntamente, R$ 5,6 bilhões com a produção de 633.021 toneladas (safra 2019/2020). Tendo como característica a diversificação das propriedades, os empreendedores alcançam renda e qualidade de vida bem superiores aos da média dos agricultores brasileiros. Uma pesquisa realizada em 2016, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), através do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa), mostrou essa verdade: enquanto a renda média dos produtores rurais brasileiros era de R$ 1.113,00, os produtores de tabaco recebiam R$ 1.926,73.
Outro aspecto que merece ser lembrado nesta data é a contribuição dos produtores de tabaco com a humanidade através da preservação ambiental, pois os números gerais mostram que 24% das suas propriedades são cobertas por floresta, sendo 15% por mata nativa e 9% por mata reflorestada. Levantamentos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) revelam também os dados da diversificação, de que 23% da área das propriedades é coberta por pastagens, 21% é usada para a cultura do tabaco, 18% serve às lavouras de milho, 8% para soja, 1% para feijão e 5% para outras culturas, como arroz, batatas, mandioca, frutas e verduras. A alta rentabilidade do tabaco é comprovada pelos números de que a cultura, ocupando 21% da área da propriedade, é responsável por 46,4% da renda do produtor.
A DATA
– O dia 28 de outubro foi definido como o Dia do Produtor de Tabaco na assembleia da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA), em outubro de 2012 e tem relação com a história do tabaco. Foi nesse dia que, em 1492, tripulantes da esquadra de Cristóvão Colombo chegaram à ilha que viria a ser Cuba e encontraram nativos em um ritual em que a fumaça das folhas queimadas era inalada através de um tubo.
– Oficialmente, a data foi instalada pelas Assembleias Legislativas do Rio Grande do Sul (Lei 14.208, de março/2013), de Santa Catarina (Lei 16.114, de setembro/2013) e do Paraná (Lei 17.729, de 2013).
SAFRA 2019/2020
Conforme os dados da Afubra, das 633.021 toneladas da safra 2019/2020, 564.962 toneladas são da variedade Virgínia, 58.912 da Burley e 9.147 da variedade Comum. Comparada com a safra anterior (de 664.355 toneladas) houve redução de 4,8% no Virgínia e 9,5% no Burley e aumento de 7,3% na variedade Comum. Já a produtividade teve queda apenas no Rio Grande do Sul, na variedade Virgínia, que na safra 2018/2019 era de 2.244 kg/ha, na 2019/2020 caiu para 1.895 kg/ha (-15,6%). Também no estado gaúcho, na variedade Burley, houve aumento de 7,2%, passando de 1.971 kg/ha para 2.113 kg/ha. Os produtores catarinenses tiveram incremento de produtividade nas duas variedades: Virgínia, passando de 2.320 kg/ha para 2.456 kg/ha (5,9%), e no Burley, de 2.116 kg/ha para 2.146 kg/ha (1,4%). No Paraná, também houve aumento: no Virgínia, de 2.194 kg/ha para 2.336 kg/ha (6,5%), e no Burley, de 2.167 kg/ha para 2.346 kg/ha (8,3%).
