O mato de eucaliptos que quase todo produtor de tabaco tem em algum canto da sua propriedade pode render bem mais. É isso que o projeto Ações pela Sustentabilidade Energética na Cultura do Tabaco está mostrando. Realizada por meio de uma parceria entre o SindiTabaco e o curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a iniciativa visa fortalecer a atividade florestal através do compartilhamento do conhecimento técnico-científico. Para isso, foram implantadas 20 unidades de referência (florestas demonstrativas) em propriedades de 16 municípios gaúchos, onde são testadas tecnologias, técnicas e novos materiais genéticos com potencial de possibilitar maior produtividade.
Através do plantio e manejo correto de florestas de rápido crescimento, em pesquisa coordenada pelo Prof. Dr. Jorge Antônio de Farias, está sendo dado mais um passo na consolidação da sustentabilidade energética na cultura do tabaco. “São florestas especialmente de eucalipto, cujo objetivo é mostrar as tecnologias que estão disponíveis visando a produção de lenha, e com isso, atingir a sustentabilidade, pois temos uma floresta economicamente viável e socialmente justa porque está dentro do contexto da agricultura familiar”, explica. “Além da segurança energética e financeira, também é ambiental porque respeita todos os aspectos legais e leva em consideração a vocação do solo e a proximidade com remanescentes de florestas naturais”, acrescenta.
As florestas demonstrativas do projeto são divididas por modalidades. Uma parte dos experimentos visa mostrar aos produtores como deve ser iniciado o plantio de eucaliptos do zero, com o preparo do solo, adubação, espaçamentos. Outras unidades tem florestas antigas, que já foram submetidas a terceiro ou quarto corte, onde os especialistas criam uma floresta em meio aos tocos existentes. Há uma terceira modalidade, onde a floresta ainda é nova, ou seja, está no primeiro corte. “O objetivo é conduzir adequadamente a brotação dessa floresta e, com isso, possibilitar a maximização dessa produção com qualidade”, conta Farias.
E há ainda o modelo de unidade de referência com o sistema silvipastoril, ou seja, o consórcio entre pastagens e floresta. “É algo novo no contexto da agricultura familiar, mas que vai repercutir muito positivamente em termos de produção de pastagem, produção de lenha e, evidentemente, no fluxo de caixa dessas pequenas propriedades”, comenta o coordenador do projeto.
Por que fazer do jeito certo?
Evitar desperdícios, reduzir gastos desnecessários, ter economia financeira e ter aumento de produtividade é tudo o que o empreendedor do campo quer. Conforme, Jorge Farias, ao propor as técnicas nas unidades de referência, o objetivo é, com o manejo adequado, fazer com que o produtor maximize todos os seus recursos, começando pela sua mão de obra. “Sabemos que as famílias estão encolhendo no interior, então é importante que todos os esforços físicos e emocionais do produtor deem certo e que ele não tenha frustração nisso”, diz. “Outro ponto é que as propriedades geralmente são pequenas e o produtor não pode sair plantando de forma errada porque a conta fica muito cara”, acrescenta. “Então, a utilização do manejo adequado a partir das unidades de referência vai maximizar o uso do solo, trazendo rentabilidade e satisfação para os agricultores”.
NOVO VÍDEO – Para ampliar o compartilhamento das ações feitas, estão sendo divulgados vídeos no Youtube. Já são dois disponíveis. Clique AQUI e veja o segundo vídeo produzido. O primeiro também continua AQUI. Em breve deverão ser apresentados novos vídeos sobre o tema.