A Abertura da Colheita do Tabaco no Rio Grande do Sul teve seu ato oficial realizado em São Lourenço do Sul, no dia 6 de dezembro. O momento simbólico faz parte do calendário de eventos do governo gaúcho e é promovido pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. O início da safra 2022/2023 ocorreu em um momento de otimismo, com estimativa de produção de 604.732 toneladas nos três estados do Sul do Brasil, sendo 7,95% maior do que a anterior (560.181 toneladas), segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
A perspectiva de safra maior se deve ao fato de ter havido aumento na área plantada, com acréscimo de 6,14% na área de lavouras, passando de 246.590 hectares em 2021/2022 para 261.740 hectares. Além disso, a expectativa de produtividade é de 2.310 quilos por hectare (kg/ha) se não houver problemas climáticos, sendo que na safra passada, a média nos três estados ficou em 2.272 kg/ha.
No Rio Grande do Sul, a safra está estimada em 256.725 toneladas de tabaco (230.505 toneladas da variedade Virgínia, 25.669 de Burley e 551 toneladas de tabaco Comum), cultivado em 117.675 hectares. Comparando com a safra anterior, os fumicultores gaúchos aumentaram em 3,17% a sua área e a produção deve ficar 3,8% maior. Em Santa Catarina, a expectativa é de 191.549 toneladas produzidas numa área de 77.489 hectares. E no Paraná, a produção deve chegar às 156.458 toneladas de tabaco cultivado em 66.576 hectares.
A festividade de Abertura da Colheita ocorreu na propriedade dos empreendedores rurais Romiro e Marilda Bierhals, Tiago e Josiane Krolow e Josiel Bierhals, na localidade de Santa Augusta. Na ocasião, o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, ressaltou a importância do evento para marcar a defesa da cadeia produtiva e do Sistema Integrado de Produção de Tabaco. “Essa integração é fundamental para que possamos continuar sendo, por muitas décadas, o segundo maior produtor e o maior exportador de tabaco do mundo”, disse. “Em 2022, já exportamos mais de US$ 2 bilhões, resultado que coloca o Brasil como maior exportador de tabaco há 30 anos consecutivos”, contou.
O secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Domingos Antônio Velho Lopes, lembrou a importância da cadeia produtiva do tabaco e do produtor rural para o agro gaúcho. “A cadeia produtiva do leite tem 40 mil produtores integrados, o tabaco tem muito mais e esses números precisam ser valorizados”, disse. “Precisamos mostrar o nosso valor, inclusive, no cumprimento das regras ambientais, sociais e econômicas”, ressaltou. E o prefeito de São Lourenço do Sul, Rudinei Härter, enfatizou a importância do setor do tabaco na produção diversificada do município. “Aqui temos 3.930 famílias envolvidas com a produção, que produzem mais de 15 mil toneladas. São R$ 250 milhões que ingressam no município”, acrescentou.
Os produtores
A propriedade da família Bierhals tem 29 hectares, onde há o cultivo de 70 mil pés de tabaco em 4,3 hectares, sendo 15% da área de produção representando 48% da renda. Além disso, há o cultivo de soja e milho (12,5 hectares mais 7,5 arrendados), açude, horta e pomar. Os filho Josiel e Josiane e o genro Tiago decidiram seguir na atividade rural e já estão com o planejamento de sucessão encaminhado. Estufas elétricas, sistema de energia solar, tratores, máquinas e implementos modernos qualificam e facilitam a produção. A lenha para a cura do tabaco é cultivada pela família em 3 hectares de eucaliptos e é feita rotação de culturas entre as lavouras de tabaco, soja e milho. São preservados 2,5 hectares de mata nativa e, sempre que possível, a opção tem sido por plantio direto na palha.