Mesmo com a estiagem que afetou significativamente a produção de grãos no Sul do Brasil, o Programa Milho, Feijão e Pastagens trouxe bons resultados para quem cultivou uma segunda safra após a colheita do tabaco. No total, os rendimentos estimados são de R$ 634,2 milhões com o cultivo de grãos e pastagem nas lavouras onde foi colhido o tabaco da safra 2019/2020. A renda foi de R$ 297,4 milhões para os produtores gaúchos, R$ 205,2 milhões para os catarinenses e R$ 131,5 milhões para os empreendedores paranaenses que produzem tabaco.
Segundo o levantamento feito pelo SindiTabaco, em 2020, as estimativas mostraram que houve redução de R$ 5,8 milhões em relação a 2019, quando a soma da renda da safrinha entre todos os produtores foi de R$ 640 milhões. No Rio Grande do Sul, o impacto negativo foi maior, com renda total caindo de R$ 400 milhões (em 2019) para R$ 297,4 milhões. Em Santa Catarina, o rendimento subiu de R$ 130 milhões (em 2019) para R$ 205,2 milhões. E no Paraná o aumento foi de R$ 110 milhões para R$ 131,5 milhões. No geral, área plantada foi menor que em 2019, em torno de 14%. Mas compensada em parte pela maior produtividade no Paraná e principalmente pelos preços médios maiores.
Na avaliação do presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, os números do programa mostram a importância do cultivo de uma segunda safra. “Diversificar é sempre uma boa opção para o Produtor, pois lhe permite ter seus ganhos distribuídos em mais atividades. No caso deste Programa, ao produzir na safrinha, o produtor consegue uma renda extra com menor custo”, explica o executivo.
Outra conclusão apresentada pelos números dos últimos anos é a substituição gradual do cultivo de feijão na resteva do tabaco por soja. Em 2020, foram cultivados 12.878 hectares com feijão, 89.530 com milho, 15.832 com soja e 35.030 hectares com pastagens. Em relação aos volumes deste ano, os cultivos na resteva do tabaco renderam 21.768 toneladas de feijão, 650.288 toneladas de milho e 43.692 toneladas de soja.
PROGRAMA – A ação é conduzida pelo SindiTabaco com apoio de entidades e dos governos dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Uma das vantagens é a redução dos custos de produção dos grãos, pois ocorre o aproveitamento residual dos fertilizantes e pode, também, haver redução de custo na produção de proteína com o uso do milho no trato animal. Outros benefícios são a proteção do solo e a interrupção do ciclo de proliferação de pragas e ervas daninhas.