O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco no mundo e campeão em exportações há quase 30 anos. Desde 1993, quase um terço do tabaco que cruza oceanos sai dos portos brasileiros. Essa preferência mundial se deve à qualidade e integridade obtidas graças ao adequado manejo das lavouras. Por isso, é importante que os produtores usem apenas insumos indicados pelas indústrias integradoras e tenham os cuidados de seguir corretamente as orientações na aplicação de agrotóxicos e tratos culturais.
A integridade do tabaco é atestada em sistemas de controle, tanto por parte das indústrias beneficiadoras como pelos clientes internacionais. Segundo o auditor fiscal da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Rio Grande do Sul, Roque Danieli, o governo brasileiro tem uma lista de produtos que podem ser utilizados no tabaco, que precisam estar registrados e têm que ser utilizados de maneira correta. E, por causa dos cuidados dos empreendedores do campo na condução das lavouras e cura do tabaco, recorrentemente a produção brasileira tem sido aprovada em testes de qualidade e sanidade.
Um dos exemplos é o caso das exportações para a China – um dos principais mercados do tabaco brasileiros -, no qual o produto nacional teve aprovação total na pré-inspeção encerrada recentemente. Pelo segundo ano, por causa da pandemia, o trabalho de pré-inspeção ocorreu sem a presença dos técnicos da administração Geral das Alfândegas da República da China (GACC). Mas, através de um acordo entre os países, a coleta das amostras do produto processado e o envio para as análises laboratoriais ficaram sob responsabilidade do MAPA.
No ato virtual de encerramento das atividades de pré-inspeção, Roque Danieli explicou que amostras de 53 lotes de tabaco exportado para a China passaram por investigação na Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul e tiveram bons resultados para a cadeia produtiva do tabaco. “Foram feitas análises de mais de 300 propriedades e não encontramos produtos que não estivessem registrados no Ministério da Agricultura e também não verificamos o uso incorreto desses produtos”, explicou.
Na ocasião, o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, comentou que a manutenção dos embarques para o país asiático é importante para toda a cadeia produtiva. Sobre o cenário do mercado, o executivo explicou que o Brasil tem conseguido manter uma exportação anual em torno de 500 mil toneladas, o que demonstra estabilidade no mercado mundial mesmo diante da pandemia e seus desdobramentos. Schünke também avaliou a importância de o setor ter se mantido ativo durante a pandemia. “O produtor vendeu o seu produto, as empresas seguiram suas atividades contratando milhares de pessoas, e isso fez com que a economia continuasse girando em centenas de municípios da região Sul”, concluiu.