Dezoito de agosto é o Dia Nacional do Campo Limpo, data criada pelo InPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) com o objetivo de reconhecer as ações realizadas e celebrar os resultados alcançados na preservação ambiental. Além do sucesso na coleta das embalagens vazias de agrotóxicos, a data deve servir também para desmitificar as informações equivocadas sobre o uso dos defensivos no Brasil.
Uma das fake news mais difundidas sobre o tema é de que cada brasileiro consome cerca de 5 litros por ano de agrotóxicos. Mas essa afirmação alarmista não é verdadeira, pois se trata de um cálculo matemático que levou em conta o valor estimado da venda de defensivos dividido por uma população subestimada de 192 milhões de habitantes (hoje são mais de 210 milhões). Outro equívoco é não considerar que a maior parte dos defensivos é aplicada no caule, folhas e sementes e, com exceção das hortaliças e frutas, dificilmente o agrotóxico é aplicado em partes comestíveis das plantas. Além disso, é preciso considerar quer cerca de 99% dos pesticidas se degradam no ambiente em questão de dias e são estabelecidos intervalos de segurança para o consumo alimentar.
Recentemente, em uma das declarações da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ela disse que ninguém está tendo seu prato envenenado e que os pesticidas e herbicidas utilizados no Brasil são os mesmos usados em outras partes do mundo. Conforme ela, existe má compreensão a respeito do assunto, desinformação que recebe ênfase com as afirmações confusas e não verdadeiras sobre segurança alimentar.
A afirmação da ministra tem base em estudos que mostram que o consumo de agrotóxicos no Brasil e racional e seguro. Uma das pesquisas mais recentes é a da Universidade Estadual Paulista (Unesp) que, com base em dados da FAO (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), mostrou que enquanto no Brasil são gastos US$ 139 em defensivos por hectare, no Japão cada hectare de lavoura recebe o investimento de US$ 1,1 mil em agrotóxicos. Alemanha, França, Itália e Reino Unido são alguns dos países que usam mais agroquímicos do que o Brasil em suas produções agrícolas.