Anualmente, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) apresenta as estatísticas da produção de tabaco. Observando-se os números obtidos ao final de cada safra, percebe-se as relações de lucratividade entre as atividades e a renda. Uma das conclusões observadas ano após ano é que o produtor de tabaco, em geral, possui pequena propriedade (média de 12,3 hectares), é diversificado e tem no tabaco sua principal fonte de renda.
As estatísticas da safra 2020/2021 mostraram que o tabaco ocupa 23% da área das propriedades e é responsável por 43,4% da renda do produtor, provando ser a cultura que mais proporciona rendimento financeiro por hectare. E a diversificação de culturas, amplamente incentivada pelo setor, faz com que haja ocupação variada da área. Por exemplo, as lavouras de milho cobrem 17% das propriedades e as pastagens ocupam 22,5% das terras. Além disso, o cultivo de soja ocupa 7,4% das propriedades e o feijão, 0,8%. Outros cultivos, como cana-de-açúcar, arroz, batatas, cebolas, mandioca, verduras e frutas ocupam 4,3% da área.
Outra conclusão importante mostrada pelos números do perfil da propriedade é a alta cobertura por florestas, com índices bem superiores aos de outras cadeias produtivas do agronegócio. Nas propriedades produtoras de tabaco, um quarto da área é coberta por mata, sendo 15% de mata nativa e 10% de mata reflorestada.
Impactos dos programas do setor
– A diversificação de culturas nas propriedades produtoras de tabaco se deve ao incentivo das indústrias, através do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT) para que os produtores tenham variadas atividades e fontes de renda. Um exemplo é o Programa Milho, Feijão e Pastagens após a colheita do tabaco, pelo qual há o fomento ao cultivo de duas safras nas mesmas áreas a cada ano, pois, tão logo são colhidas as últimas folhas de tabaco, os produtores semeiam grãos e pastagens. Após a safra 2020/2021 foram cultivados 144,2 mil hectares de grãos (com renda estimada de R$ 933 milhões) e 25,6 mil hectares de pastagens.
– O alto índice de reflorestamento se deve ao incentivo, que vem desde o final da década de 1970, para que os produtores cultivem espécies energéticas para uso na cura do tabaco. Dessa forma, o setor é autossuficiente em lenha para as estufas e a mata nativa é preservada. Recentemente, mais uma ação visando aumentar a eficiência do cultivo florestal de eucaliptos começou a ser implementada. Trata-se do Programa Ações pela Sustentabilidade Florestal na Cultura do Tabaco, desenvolvido pelo SindiTabaco em parceria com o curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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