Pesquisa aponta para incremento de 2,1% a 6% na quantidade de tabaco vendido para o exterior.
As perspectivas para 2021 são positivas em relação às exportações do tabaco cultivado pelos 146 mil produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Segundo pesquisa realizada pela Deloitte, a pedido do SindiTabaco, os embarques devem ter acréscimo de 2,1% a 6% no volume e de 6,1% a 10% em dólares em relação a 2020, quando foram exportadas 514 mil toneladas, totalizando US$ 1,638 bilhão em divisas.
O otimismo se deve à retomada da economia e dos negócios mundiais. No entanto, o setor de tabaco no Brasil não teve impactos tão negativos quanto os verificados em outros setores da economia. Conforme o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, o Brasil tem conseguido manter uma exportação anual em torno de 500 mil toneladas, o que demonstrou estabilidade no mercado mundial mesmo diante do cenário de pandemia. “Temos a expectativa de que o Brasil se mantenha como líder mundial de exportações de tabaco, posição ocupada desde 1993”, diz o executivo.
Os números da pesquisa da Deloitte foram apresentados por Iro Schünke durante a última reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco. Outros dados mostrados pelo presidente do SindiTabaco se referem aos primeiros meses deste ano. De janeiro a março, segundo informações do Ministério da Economia, o embarque de 134 mil toneladas gerou divisas de US$ 418 milhões, receita que representa um aumento de 19% em comparação com o mesmo período de 2020.
No cenário nacional, em 2020, o tabaco representou 0,8% do total de exportações brasileiras e 4,1% dos embarques da Região Sul. No Rio Grande do Sul, estado que concentra quase a metade da produção do Brasil, o produto foi responsável por 9,5% do total das exportações. Já, quando se trata das vendas externas do agronegócio brasileiro, o tabaco ocupa a oitava posição.
Durante a reunião da Câmara Setorial, Schünke também explicou como ocorreram as adaptações das atividades da indústria do tabaco e do Instituto Crescer Legal diante da pandemia da Covid-19. A 9ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco e a Segunda Reunião das Partes do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco (MOP2) também estiveram na pauta do encontro. Fizeram parte do debate ainda os dados sobre a produção nas lavouras, as reformas administrativa e tributária e a aprovação de novos produtos de tabaco.
Da produção, 85% é exportada
De todo o tabaco produzido no Brasil, em torno de 85% é destinado à exportação. Na safra 2019/2020 foram produzidas 603 mil toneladas e em 2020 o volume embarcado foi de 514 mil toneladas, destinadas para 113 países. O principal mercado foi a União Europeia, destino de 41% do volume exportado, seguida pelo Extremo Oriente (24%), África/Oriente Médio (11%), América do Norte (9%), América Latina (9%) e Leste Europeu (6%). Entre os países, a Bélgica (US$ 414 milhões) continua sendo o principal importador do produto, seguido da China (US$ 153 milhões) e Estados Unidos (US$ 125 milhões). Na sequência da lista dos principais clientes estão a Indonésia (US$ 98 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 74 milhões), Turquia (US$ 55 milhões) e Rússia (US$ 54 milhões).