Dezembro 2024 – A última edição de 2024 do Projeto Gerir – Workshops de Gestão Organizacional, promovido pela Gazeta Grupo de Comunicações, reuniu lideranças da cadeia produtiva do tabaco nesta segunda-feira, 02 de dezembro, em Santa Cruz do Sul (RS). O evento realizado no Anfiteatro da UNISC, debateu o futuro do tabaco, com a mediação do jornalista e escritor, Romar Behling.
Entre os painelistas convidados, participaram Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco); Marcilio Drescher, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra); e Edimilson Alves, gerente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo).
O gerente executivo da Abifumo, Edimilson Alves, trouxe a preocupação da entidade em torno da falta de regulamentação dos Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs). “Falta de regulação é incentivo ao contrabando e mercado ilegal. Um estudo rastreou 11 mil anúncios ilegais de vapes no Brasil, muitos deles voltados para o público infanto-juvenil. Talvez seja a hora de a Anvisa dar um passo atrás. Nossas associadas estão dispostas a discutir regras rígidas que possam regular o produto e garantir controle sanitário, arrecadação, geração de empregos e renda adicional ao produtor de tabaco. Regular é a única forma de trazer controle para o Brasil”, reforçou Alves.
Marcilio Drescher, presidente da Afubra, trouxe informações da safra 2024/2025, com o aumento no número de produtores de tabaco. “Atualmente, somos 138 mil famílias produtoras na Região Sul e muitos nos questionam qual é o futuro do tabaco, quanto tempo poderá seguir plantando. Por parte da Afubra, entendemos que a manutenção da liderança brasileira no mercado mundial passa pela qualidade, pela produção sustentável e a competitividade do tabaco junto aos concorrentes internacionais. Sem o mercado voltado à exportação, de cada 10 produtores, somente um poderia produzir porque essa é a fatia do mercado interno, que fica no Brasil”, comentou o presidente da Afubra que também destacou a importância do fortalecimento do Sistema Integrado de Produção de Tabaco.
Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, destacou em sua fala a importância social e econômica da cadeia produtiva do tabaco. “De janeiro a outubro, foram mais de 345 mil toneladas e US$ 2.2 bilhões exportados. Temos grandes volumes a serem exportados em novembro e dezembro e temos a expectativa de o resultado de 2024 superar os US$ 3 bilhões em divisas. Essa trajetória de sucesso no mercado mundial está relacionada à capacidade de fornecer regularmente grandes volumes e estilos, com qualidade, integridade, rastreabilidade e sustentabilidade”, contextualizou.
Thesing também lamentou a oportunidade que o Brasil perde com a proibição dos novos produtos pela ANVISA. “O uso de dispositivos com nicotina líquida já representa 20% do mercado mundial e existe uma tendência global de expansão. A sua produção necessita da matéria-prima que temos em abundância: o tabaco. A tecnologia para extração da nicotina está disponível no mundo inteiro, mas quem está na vanguarda é a China e a Índia, enquanto o Brasil, que é o segundo maior produtor e o maior exportador da folha, está parado no tempo, mesmo tendo um parque industrial instalado e matéria-prima disponível. Esse, portanto, é um tema que afeta também os produtores de tabaco, porque este é um mercado que não deixará de existir”, reforçou o presidente do SindiTabaco.
O representante oficial da Câmara dos Deputados, o deputado federal Heitor Schuh, trouxe em sua fala a necessidade de um novo marco legal sobre os dispositivos eletrônicos que, mesmo proibidos desde 2009 teve o consumo quase quadruplicada nos últimos quatro anos, passando de 500 mil consumidores em 2018 para mais de 2,9 milhões em 2023 (Ipec).
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