Produtores de tabaco se preparam para determinações da OMS

6 . AGO . 2012 Saiu na mídia

A Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA na sigla em inglês) reuniu representantes do Brasil, Argentina, Estados Unidos, República Dominicana, Colômbia, México e Portugal nesta sexta-feira, em Santa Cruz do Sul (RS), para se preparar para as cobranças da 5 Conferência das Partes (COP-5) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), que acontecerá em novembro, na Coreia do Sul. Durante o evento foi elaborado um documento com as reivindicações da associação.

O CQTC é o primeiro tratado internacional de saúde pública implantado pela Organização Mundial da Saúde, em 2003, como resposta dos 192 países signatários à crescente epidemia do tabagismo em todo mundo. Entre elas estão as propostas de reduções da área plantada, de crédito aos produtores e pressão pela diversificação nas propriedades como novas fontes de renda, entre outras.

A ITGA argumenta que 30 milhões de agricultores em todo o mundo, que produzem 4,5 milhões de toneladas de fumo, dependem destas lavouras. ‘São pequenas propriedades que encontraram no cultivo uma fonte garantida de renda’, defende Jorge Nestor, presidente da ITGA.

O Brasil é o segundo maior produtor, com 850 mil toneladas por ano. Perde para a China que produz 2 milhões de toneladas anuais. Cerca de 85% da produção nacional é destinada para exportações que geram US$ 2,7 bilhões por ano. A atividade reúne 186 mil famílias de produtores rurais e 373 mil hectares de plantios, especialmente no Sul do país. Ao mesmo tempo que estas lavouras são tradicionais na região, elas enfrentam várias dificuldades além das campanhas lideradas pela OMS.

Os fumicultores não recebem assistência técnica e o cultivo não é alvo de pesquisas. Dessa forma, eles dependem quase exclusivamente das empresas fumageiras que fornecem os insumos e se comprometem a comprar a produção a preços de ocasião. O cultivo também não tem acesso a linhas de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Foto:Banco de Imagens SindiTabaco/Carlos Nyland

Matéria publicada no Valor OnLine